EXAMES DE DIAGNÓSTICO

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que cerca de 28 milhões de brasileiros possuem deficiência auditiva, o que representa um total de 14% da população. Mesmo com um índice tão expressivo, muitas pessoas delongam tempo para procurar auxílio e orientação quanto às suas queixas auditivas ou de seus filhos(as).

A identificação precoce da deficiência auditiva é de extrema importância. O diagnóstico precoce permite que o paciente possa ser encaminhado para a intervenção necessária tão logo quanto possível, aumentando as chances de sucesso em seu prognóstico e consequentemente minimizando os danos acarretados pela perda de audição e trazendo melhora em sua qualidade de vida.

Por meio do credenciamento com a Secretária Municipal de Saúde, o CEMEAR oferece à sociedade o serviço de diagnóstico por meio da execução de exames audiológicos para identificar alterações periféricas e centrais do sistema auditivo, bem como o grau do dano sofrido por essas estruturas.

Essa identificação é de extrema importância para a escolha do tratamento a ser realizado pela equipe de Saúde Auditiva e traz informações importantes acerca da escolha das ferramentas utilizadas para a reabilitação do paciente. 

EXAMES REALIZADOS PELO CEMEAR

Trata-se de um exame subjetivo por depender da resposta do paciente, porém integra o padrão ouro no diagnóstico audiológico. É utilizado para avaliar a audição periférica por meio da obtenção dos limiares aéreos e ósseos. O exame é realizado em cabina acusticamente tratada. Neste procedimento o paciente deverá indicar todas às vezes que escutar os diferentes estímulos sonoros fornecidos pelo profissional. Essas respostas são apresentadas em um gráfico (audiograma) que demonstra o nível mínimo de audição em diferentes frequências.

O objetivo é obter os limiares auditivos das crianças (a partir dos 06 meses de idade), com auxílio de um reforço visual, através de qualquer comportamento frente ao estímulo sonoro como: localizar a fonte sonora e atenção ao som. O exame é realizado em cabina acústica e a criança á posicionada no colo do responsável. Duas caixas acústicas (acopladas ao audiômetro) são posicionadas lateralmente à criança e então se utiliza a técnica de condicionamento junto ao estímulo visual para captar respostas frente ao estímulo auditivo.

Avalia a capacidade de um indivíduo de ouvir e compreender a fala. É realizada em cabina e o paciente é orientado a repetir ou mostrar as palavras que ouviu ou, ainda, indicar quando escutar um estímulo de fala. É uma ferramenta fundamental na avaliação audiológica e em conjunto com a audiometria tonal auxilia na classificação do grau e do tipo da perda auditiva.

É um teste objetivo (não necessita da resposta do paciente), utilizado para verificar as condições da orelha média (tímpano, ossículos, tuba auditiva) e integridade da via auditiva. É um exame indolor e objetivo, sensível para mostrar alterações como otites ou disfunções da tuba auditiva.

O objetivo é avaliar a função das células ciliadas externas (CCE) da cóclea. Normalmente são utilizados dois tipos de estímulos: transientes e produto de distorção. Para a realização deste exame, coloca-se no conduto auditivo externo um microfone sonda que emite o estímulo sonoro pelo microfone e capta a resposta das CCE pela sonda, avaliando assim a integridade da cóclea.

O objetivo é avaliar como o nervo auditivo transmite o estímulo sonoro desde a saída da cóclea até o tronco encefálico. O exame pode ser realizado por determinados estímulos: click (frequências de 2000 a 4000Hz); tone burst (frequências específicas: 500, 1000, 2000 e 4000Hz) e chirp (frequências de 2000 a 4000Hz, diferindo do estímulo click pelo tempo de apresentação dos componentes). Para realizar o exame os estímulos sonoros são enviados através de fones (inserção ou supra aurais) e a resposta é captada através de eletrodos colocados na fronte, lóbulos das orelhas ou mastoides.

A avaliação do comportamento auditivo é utilizada em crianças de 0 a 24 meses de idade. Utilizam-se instrumentos musicais calibrados nas frequências de 350Hz a 5000Hz e nas intensidades de 55 a 100dBNPS. Também são utilizados os sons de ling, que consiste na emissão dos fonemas /a/, /i/, /u/, /s/, /∫/ e /m/. Para cada idade deve-se esperar um tipo de reação. O examinador observa mudanças de comportamento da criança, frente ao estímulo sonoro.

É um exame que visa avaliar o limiar auditivo do paciente com uso do AASI (aparelho de amplificação sonora individual) ou do IC (implante coclear).

O Processamento Auditivo Central (PAC) consiste na eficiência e a efetividade com que o sistema auditivo central (SNC) utiliza a informação auditiva. Diz respeito a “organização” e interpretação que o SNC faz das informações.

Este complexo processo é composto por uma variedade de habilidades auditivas como localização/lateralização (saber de onde o som vem), capacidade de compreender sinais sonoros degradados ou competitivos, aspectos temporais da audição, discriminação auditiva e reconhecimento de padrões auditivos (ASHA, 2005, p. 2). Ou seja, é um conjunto de habilidades específicas essenciais para compreender os sons ouvidos (Guia de orientação — CFFA, 2020).

A avaliação do PAC é realizada por meio de uma bateria de testes que avaliam as habilidades do processamento auditivo em diferentes condições, na intenção de certificar quais se encontram alteradas ou adequadas. O teste, aplicado pelo fonoaudiólogo é realizado em cabina acústica com o paciente sentado, realizando as tarefas auditivas ouvidas pelo headphone.

Para comprovar o Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC) primário (ou seja, de uma disfunção específica das vias auditivas centrais), é necessário, além da avaliação do PAC, outras avaliações para detectar ou excluir quadros relacionados à linguagem e cognição, ou alterações em decorrência de processos de envelhecimento, psiquiátricos ou neurológicos (Guia de orientação — CFFA, 2020).

A avaliação otoneurológica consiste em um conjunto de procedimentos que permite avaliar os sistemas auditivo e vestibular, como também verificar suas relações com o Sistema Nervoso Central (SNC) (GANANÇA et al., 1999).

Na rotina clínica, a avaliação da função vestibular, parte integrante da avaliação otoneurológica, pode ser realizada através de vários testes e provas específicas. Permite identificar, quantificar e localizar as alterações vestibulares e suas relações com o sistema nervoso central (SNC), auxiliando o médico na decisão do diagnóstico nosológico diante dos sintomas de vertigem, tontura e desequilíbrio.

A avaliação vestibular consiste em várias etapas, que podem ser descritas por:

AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO DO EQUILÍBRIO CORPORAL

Alguns testes são utilizados para a avaliação da marcha, do equilíbrio dinâmico e funcional e auxiliam no estudo da qualidade de marcha e equilíbrio de pessoas com vestibulopatias ou quando se pretende definir indicadores de risco de quedas, com o objetivo de adoção de medidas educativas, preventivas e de reabilitação.

PESQUISA DO NISTAGMO POSICIONAL

A manobra posicional tem a finalidade de desencadear o nistagmo e/ou a vertigem. O nistagmo posicional pode ser persistente ou intermitente. Na maca, são pesquisadas quatro posições corporais estáticas com o paciente em decúbito dorsal com cabeça pendente, em decúbito lateral direito, em decúbito lateral esquerdo e sentado. A presença do nistagmo posicional indica uma disfunção vestibular.

PESQUISA DO NISTAGMO DE POSICIONAMENTO

Tem como objetivo pesquisar a presença de nistagmo e/ou vertigem desencadeados pela mudança rápida da posição de tronco e cabeça. Deve-se investigar primeiramente o lado supostamente lesado, ou seja, o lado que, segundo o paciente, desencadeia a vertigem.

VECTOELETRONISTAGMOGRAFIA (VENG)

Método de inscrição dos movimentos oculares com três canais de registro, possibilitando a identificação dos movimentos oculares horizontais, verticais e oblíquos e, também, o cálculo da medida da velocidade angular real da componente lenta (VACL). A prova calórica possibilita a avaliação funcional de cada labirinto separadamente e, desta forma, permite comparar as respostas entre os labirintos direito e esquerdo.

COMO FAÇO PARA AGENDAR
EXAMES?

100% dos atendimentos realizados pelo CEMEAR são dos pacientes provenientes do Sistema Único de Saúde (SUS). Para realizar os exames de diagnóstico audiológico e a reabilitação é necessário que você seja encaminhado pelo SUS. A porta de entrada para o fluxo dos atendimentos é o posto de saúde do seu bairro.

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